Cultura
do Alemão kultur
s. f.,
- desenvolvimento intelectual, saber;
- utilização industrial de certos produtos naturais;
-estudo, elegância;
- esmero;
- conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros
valores morais e materiais, característicos de uma sociedade;
- civilização.
Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa Online, Priberam.
A idéia e a existência de uma cultura
singular é um dos elementos essenciais para a caracterização de uma nação. Este é
fator preponderante para que o Sacro Império de Reunião se orgulhe e relembre sempre
seus ícones nacionais, valores e história. Como enfatiza Darcy Azambuja, em sua Teoria
Geral do Estado.
Nação é um grupo de indivíduos que se
sentem unidos pela origem comum, pelo interesses comuns e, principalmente, por ideais e
aspirações comuns. Povo é uma entidade jurídica; nação é uma entidade moral no
sentido rigoroso da palavra. Nação é muita coisa mais que o povo, é uma comunidade de
consciências, unidas por um sentimento complexo, indefinido e poderosíssimo: o
patriotismo. (...) A identidade de história e de tradição, o passado comum, é
condição indispensável à formação nacional. A permanência no mesmo meio físico,
lutas e sofrimentos, trabalhos e vitórias comuns é que vão plasmando a nação, pela
comunhão de sentimentos e de interesses econômicos e espirituais. [1]
Sendo o micronacionalismo um fenômeno de emulação política temos
que entender que, no princípio da construção da grande maioria das micronações
lusófonas (que tem português como língua de comunicação oficial) elementos de cultura
referencial – ou seja, que foram incorporados com base em alguma referência externa.
A título de exemplo, em nossa micronação, adotamos como um de nosso símbolos nacionais o pássaro Dodô (Raphus
Calcullatus), considerado um dos primeiros animais a se tornarem efetivamente extintos,
habitava exatamente nosso território referencial: as
ilhas de Reunião e Maurício.
Todavia, a cultura do nosso país não se resume aos elementos “roubados” do
mundo extramicronacional. Somente pequena parte da cultura de nosso país é baseada em
elementos referenciais. Estes, foram predominantes somente na gênese de Reunião.
Posteriormente, foi consolidada uma cultura genuína, resultado da própria interação de
pessoas (interação social) – que é usualmente chamada de “réunian way of
life” (ou “estilo de vida reunião”). O fenômeno conhecido como
“espontaneidade da cidadania” transformou Reunião em habitat de pessoas com
referenciais culturais comuns, ainda que prevaleça a pluralidade de idéias, ideologias e
visões de mundo; o país formou, em sua primeira década de existência, um grupo de
“cidadãos” (membros) que acabaram por produzir a identidade nacional,
aproveitando-se de elementos referenciais, como o já citado pássaro, ou mesmo as
plantações de baunilha straussianas, o vulcão de Fournaise, ou o absinto produzido em
St. Denis.
Se tomarmos cultura como o “conjunto dos traços distintivos espirituais e materiais,
intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange,
além das artes e das letras, os modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas
de valores, as tradições e as crenças”, [2] podemos observar a pujante cultura
reuniã que hoje vemos. A cultura de Reunião está presente em nossos símbolos, em nosso
tipo de governo, em nosso jeito de entendermos o micronacionalismo, em nossos jornais, em
nossos concursos de poesia e em nossa diplomacia, dentre outros inúmeros elementos.
É impossível descrever em palavras toda a dimensão da cultura reuniã. Somente tendo a
possibilidade de conviver na sociedade do Sacro Império é possível conhecer seus
nuances. Por isso, junte-se a nós e faça turismo em reunião ou, ainda, torne-se
um cidadão, com todos os direitos e privilégios que a cidadania garante.
[1] AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do
Estado. 44ª Edição. São Paulo: Editora Globo, 2005. p. 19; p. 22.
[2] UNESCO. Declaração Universal sobre Diversidade Cultural. Preâmbulo. 2002.
Disponível em: www.unesco.org.br/publicacoes/copy_of_pdf/decunivdiversidadecultural.doc |
